Oi galeraaaaaaaa, como vocês estão? Espero que bem, estou bem também com a graça dos Orixás! Não faz muito tempo desde a última vez que apareci com um post por aqui, mas como eu fiquei um bom tempo sem publicar nada e essa semana que passou foi comemorativa ao Dia Internacional das Mulheres eu decidi fazer mais um post. Eu iria falar sobre uma banda masculina já que decidi postar duas semanas seguidas, mas como sou mulher e dia 8 de Março é um dia muito importante nessa luta como sexo feminino na sociedade mudei meu artista rapidamente. Há algum tempo estou para indicar essa cantora afinal ela é Brasileira e marcou a música de nosso país com sua voz e simpatia, e claro me influencia muito com suas canções representando a Umbanda e a cultura afro-brasileira.
Clara era uma pesquisadora e amante da Música Popular Brasileira (a famosa MPB), ela amava conhecer e ouvir os variados ritmos que a música de nosso país nos oferece e nós bem sabemos que o Brasil é muito rico em gêneros musicais. Afinal esse lindo país é rico em Cultura e não podemos esquecer de nossos folclores que se encaixam nas músicas também.
FOLCLORE BRASILEIRO :
O folclore brasileiro é sinônimo de cultura popular brasileira, e representa a identidade social da comunidade através de suas criações culturais, coletivas ou individuais; é também uma parte essencial da cultura do Brasil. Embora tenha raízes imemoriais, seu estudo sistemático iniciou somente em meados do século XIX, e levou mais de 100 anos para se consolidar no país. A partir da década de 1970, o folclorismo nacional definitivamente se institucionalizou e recebeu conformação conceitual. Sendo composto por contribuições as mais variadas - com destaque para as culturas portuguesa, africana e indígena - o folclore do Brasil é extremamente rico e diversificado, sendo hoje objeto de inúmeros estudos e recebendo larga divulgação nacional e internacional, constituindo além disso elemento importante da própria economia do Brasil, pela geração de empregos, pela produção e comércio de bens associados e pelo turismo cultural que dinamiza.

Pintura de Almeida Júnior retratando um casal pobre e interiorano cantando ao som da viola. O homem é um caboclo e a mulher é uma mulata, e praticam um dos entretenimentos mais apreciados no período colonial e ainda hoje no interior do Brasil, uma tradição musical de raízes milenares. A imagem é uma boa ilustração das origens multiétnicas, multiculturais e populares do folclore brasileiro.
Mais jovem dos sete filhos (José, Maria, Ana Filomena, Vicentina, Branca e Joaquim) do casal Manuel Pereira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes, nasceu em uma família muito humilde do interior de Minas Gerais. Marceneiro o pai de Clara era conhecido como "Mané Serrador" e também era violeiro e participante das festas de Folia de Reis. Manuel faleceu vítima de atropelamento em 1944, e sua esposa entrou em depressão e faleceu de câncer em 1948. Aos seis anos, Clara, já órfã de pais, foi criada por sua irmã Maria, apelidada de Dindinha, e por seu irmão José, conhecido como Zé Chilau. Nessa época Clara participava de aulas de catecismo e cantava ladainhas* em latim no coro da igreja.
* LADAINHAS SÃO CANÇÕES QUE AS FRASES SÃO REPETIDAS DIVERSAS VEZES, CARACTERIZADAS NA RELIGIÃO CATÓLICA.
Essa música é um clássico no repertório de Clara, muitas pessoas já ouviram mesmo sem ser sambista ou de umbanda. Você pode até já ter ouvido também mas não sabia quem cantava, eu gosto desse jeito samba e ponto de umbanda que a música tem com o pandeiro se misturando com o cavaquinho. Segundo as suas próprias palavras, cresceu ouvindo Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio. Em 1952, ainda menina, venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade, interpretando "Recuerdos de Ypacaraí". Como prêmio, ganhou um vestido azul. Aos 14 anos, para ajudar no sustento do lar, Clara ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira, a mesma para a qual seu pai trabalhara. Em 1957 teve que se mudar às pressas para Belo Horizonte. Foi morar com sua irmã Vicentina e seu irmão Joaquim, que viviam na casa de uma tia paterna, por causa do assassinato de seu primeiro namorado, cometido no mesmo ano por seu irmão, Zé Chilau, que queria defender a honra da irmã, que estava sendo difamada por este rapaz, pois não aceitou o término do relacionamento, e estava sendo alvo de comentários maldosos na sua pequena cidade natal. Após o crime seu irmão ficou muitos anos foragido, reaparecendo quando Clara já era famosa, e então ela pôde ajudá-lo a não ser condenado pela justiça
Acabou se afastando do catolicismo, e junto de sua amiga de infância Lalita, começou a frequentar centros espíritas de mesa branca, e converteu-se ao kardecismo*, onde conseguiu algumas cartas psicografadas dos pais. Naquela época, conheceu o violonista Jadir Ambrósio, conhecido por ter composto o hino do Cruzeiro. Admirado com a voz da adolescente, Jadir levou Clara a vários programas de rádio, como "Degraus da Fama", no qual ela se apresentou.
* A mesa branca é, basicamente, o trabalho espiritual que um grupo de médiuns faz, baseado nos ensinamentos de Jesus Cristo, onde os Guias Espirituais encontram-se, através dos médiuns, para fazer os trabalhos necessários aos encarnados.
Ela pode ser encontrada tanto no Espiritismo kardecista quanto na Umbanda e é um ritual importantíssimo e sério.
Agora gostaria muito de falar sobre essa canção em especial que coloquei acima : " Canto das Três Raças" ela é minha favorita e a que mais me marca emocionalmente por sua letra retratar muito sobre o Brasil Colônia e o que meus antepassados escravos sofreram.
“Acontecem coisas estranhas comigo desde quando comecei a compor, ainda menino. Vejo pessoas, vultos, sombras. Escuto passos, palavras cantos. (…) Minha poesia é cantada e citada como reza, filosofia, provérbio, em inúmeras religiões, seitas e rituais Brasil afora. E eu vou seguindo, hoje, mentalmente, mais serenizado.” essas palavras são do poeta, compositor e produtor Paulo César Pinheiro em seu livro História das Minhas Canções. Ele e Mauro Duarte são os autores da música o Canto das Três Raças que ficou popularmente conhecida na voz de Clara Nunes, com o quem Paulo foi casado. A música levou o nome do disco de Clara e foi lançado em 1976 fazendo grande sucesso no país. Confira o texto de Paulo publicado na contra-capa do disco:
“Quando o Brasil ainda era um país desconhecido do resto do mundo, a nossa música era apenas sons dispersos na boca do índio habitante. Porque fazer som e ritmo é próprio do instinto humano. Mas nada havia de definido em termos musicais. Até que aqui chegou o português colonizador e a história da MPB começa. A Terra foi tomada em nome do rei. E o índio guerreiro foi vencido e escravizado ao trabalho da lavoura, em favor da civilização. E, do cativeiro, ecoaram os primeiros cantos tristes que começaram a definir o nosso canto brasileiro. Dado ao gigantismo da nova nação descoberta, precisavam os conquistadores de muitos e muitos braços para o trabalho, que se prenunciava tão grande quanto o próprio território. E importaram de suas colônias africanas a raça nascida escrava: a raça negra. E o canto do índio cativo juntou-se ao lamento do preto sofrido das senzalas e dos quilombos. E a música passou a tomar novas formas, proporções e grandeza às quais o mundo inteiro ainda viria se curvar. Para a nova Terra partia toda espécie de gente: desde os homens de confiança da coroa portuguesa até aventureiros buscando riquezas. E aqui, saudosos de seus lugares de origem passaram também a criar seus cantos. A colônia crescia e os próprios brancos já sentiam a necessidade da quebro das correntes que uniam Brasil e Portugal. Até que se deu a Independência. E a expressão “música popular brasileira”, desde aí, passou a ter a sua definitiva validade. Esta é a sua história. A história da música de um país feita pela união das três raças que o construíram. E, tendo sido feita pelo povo, só o próprio povo tem o direito de julgar e consagrar a música popular, porque somente ele sabe os que melhor interpretam seus sentimentos. Os grandes mestres saíram sempre do povo. O bom intérprete sente um e um estranho afeto pela composição que interpreta. E, nesse instante, letra e melodia são suas. O autor é ele. Por isso Clara Nunes tem o quilate de uma grande intérprete. Porque, quando canta, se une ao povo num sentimento comum. E o povo sente e gosta e canta com ela, Porque também do povo é o compositor que ainda está por surgir, o mestre que ainda não apareceu. O povo é simples nas suas origens. E entende melhor as coisas simples. Por isso Clara, porque também veio do povo e tem a mesma simplicidade, porque traz dentro de si a força do talento, porque dedicou-se completamente á música de sua Terra e ao canto de seu povo que ela tanto ama, pode ser chamada por nós de Cantora das Três Raças. A brasileira Clara Nunes. Mineira carinhosamente. Ou somente CLARA”.
Eu conheci a Clara Nunes e suas músicas com minha mãe e Morena de Angola é a que ela mais gosta então essa aqui vai pra minha Mommy 💖 Em 1960, já com o nome de Clara Nunes e ainda trabalhando como tecelã, ela venceu a etapa mineira do concurso "A Voz de Ouro ABC", com a música"Serenata do Adeus", composta por Vinicius de Moraes e gravada anteriormente por Elizeth Cardoso. Na final nacional do concurso realizado em São Paulo, obteve o terceiro lugar com a canção "Só Adeus" (de Jair Amorim e Evaldo Gouveia).
A partir daí, começou a cantar na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Por conta dos compromissos profissionais na área musical e as constantes viagens, teve de deixar o emprego na fábrica de tecidos e também o colégio. Durante três anos seguidos foi considerada a melhor cantora de Minas Gerais. Ela também passou a se apresentar como crooner em clubes e boates da capital mineira e chegou a trabalhar com o então baixista Milton Nascimento - àquela altura conhecido como Bituca. Naquela época, fez sua primeira apresentação na televisão, no programa de Hebe Camargo em Belo Horizonte. Em 1963, ganhou um programa exclusivo na TV Itacolomi, chamado "Clara Nunes Apresenta" e exibido por um ano e meio. No programa se apresentavam artistas de reconhecimento nacional, entre os quais Altemar Dutra e Ângela Maria. Viveu em Belo Horizonte até 1965, quando seu namorado Aurino a orientou, informando que ela teria mais chances de ser famosa se morasse em São Paulo ou no Rio. Como ele tinha família no Rio e conhecia tudo na cidade, Clara sentiu-se mais segura, e decidiu mudar-se para o Rio de Janeiro, vindo de carro com o namorado. Ela alugou um quarto e passou a viver no bairro de Copacabana, onde viu o mar pela primeira vez, ficando encantada, o que lhe deu mais inspiração musical.
Eu amo essa música com todas minhas forças e com certeza essa é uma das canções dela que alguns já ouviram e bem clássica. Eu sou extremamente apaixonada nesse clipe pela forte referência ao centro de Umbanda, aos orixás e entidades e essas vestimentas usadas nos rituais. Já no Rio, passou a apresentar-se em vários programas de televisão, tais como José Messias, Chacrinha, Almoço com as Estrelas e Programa de Jair do Taumaturgo. Antes de aderir ao samba, cantava especialmente boleros. Além de emissoras de rádio e televisão, ela também se apresentava em escolas de samba, clubes e casas noturnas do subúrbio carioca, onde acabou conhecendo terreiros de religião de matriz africana, optando por deixar o kardecismo e converter-se a Umbanda. Ela mudou rapidamente seu estilo musical através de um conselho de seu amigo e também affaire Chacrinha, ela sempre ia em seu programa cantar boleros mas ele percebia que ela tinha potencial para muito mais e aconselhou a menina a cantar samba. A partir daí ela começou a cantar em escolas de samba cariocas e virou umbandista, famosa batedora de tambor hahaha ( por isso me conecto muito com ela).
Ainda em 1965, ela passou num teste como cantora na gravadora Odeon e registrou pela primeira vez a sua voz em um LP, no ano seguinte, foi contratada por esta gravadora, a primeira e a única em toda a sua vida. Naquele mesmo ano, foi lançado o primeiro LP oficial da cantora, "A Voz Adorável de Clara Nunes". Por insistência da gravadora para que ela interpretasse músicas românticas, Clara apresentou neste álbum um repertório de boleros e sambas-canção, mas o LP foi um fracasso comercial. Em 1968, gravou "Você Passa e Eu Acho Graça", seu segundo disco na carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título (de Ataulfo Alves e Carlos Imperial) foi seu primeiro grande sucesso radiofônico.
Em 1970, se apresentou em Luanda, capital angolana, em convite de Ivon Curi. Nesse mesmo ano, rompeu seu noivado, e desmarcou seu casamento, que ocorreria dentro de poucos meses com Aurino Araújo, após dez anos de namoro, ao flagrar uma traição dele em uma boate. No ano seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual interpretou "Ê Baiana" (de Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), música que obteve considerável sucesso no carnaval de 1971, uma coisa que Clarinha sabia fazer é o famoso HIT de carnaval pois essa canção é muito animada a ponto de sair dançando pelo Brasil a fora hahaha.
Em 1971 lançou também "Ilu Ayê", samba-enredo da Portela (de autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva). Na capa do álbum, a cantora mineira fez um permanente nos cabelos pintados de vermelho e passou a partir daí a se vestir com turbante e vestes brancas, roupas que remetem-se às religiões afro-brasileiras. Em 1972, firmou-se como cantora de samba com o lançamento do álbum "Clara Clarice Clara". Com arranjos e orquestrações do maestro Lindolfo Gaya e com músicos como o violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco, o disco teve como grandes destaques as canções "Seca do Nordeste" (um samba-enredo da escola de samba Tupi de Brás de Pina), "Morena do Mar" (de Dorival Caymmi), "Vendedor de Caranguejo" (de Gordurinha), "Tributo aos Orixás" (de Mauro Duarte, Noca e Rubem Tavares) e a faixa-título "Clara Clarice Clara" (de Caetano Veloso e Capinam). Ainda naquele ano, Clara Nunes se apresentou no "Festival de Música de Juiz de Fora" e gravou um compacto simples da música "Tristeza, Pé no Chão" (de Armando Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.
A Odeon lançou em 1973 o disco "Clara Nunes". Naquele mesmo ano, a cantora estreou com Vinicius de Moraes e Toquinho o show "O poeta, a moça e o violão" no Teatro Castro Alves, em Salvador. Também em 1973, foi convidada pela Radiotelevisão Portuguesa para fazer uma temporada em Lisboa. Depois, percorreu alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde gravou um especial ao lado da Orquestra Sinfônica de Estocolmo para a TV local.
Integrou a comissão que representou o Brasil no "Festival do Midem", em Cannes, em 1974. Por lá, a Odeon lançou somente para o público europeu o disco "Brasília", que foi base para o LP "Alvorecer". Este álbum emplacou grandes sucessos como "Conto de Areia" (de Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento), "Menino Deus" (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) e "Meu Sapato Já Furou" (de Mauro Duarte e Elton Medeiros). O LP bateu recorde de vendagem para cantoras brasileiras, com mais de 300 mil cópias vendidas, um feito nunca antes registrado no Brasil. Ainda em 1974, a cantora atuou (ao lado de Paulo Gracindo), em "Brasileiro Profissão Esperança", espetáculo de Paulo Pontes, referente à vida da cantora e compositora Dolores Duran e do compositor e jornalista Antônio Maria. O show ficou em cartaz no Canecão até 1975 e gerou o disco homônimo. Também em 1975, a Odeon lançaria ainda o LP "Claridade". Com grandes sucessos como "O Mar Serenou" (de Candeia) e "Juízo Final" (de autoria de Nelson Cavaquinho e Élcio Soares), este álbum se tornou o maior sucesso da carreira da cantora, batendo o recorde de vendagem feminina e alavancando o samba-enredo da Portela na avenida, "Macunaíma, Herói da Nossa Gente" (de autoria de Norival Reis e Davi Antônio Correia), com o qual a escola classificou-se em 5º lugar no Grupo 1. Ainda naquele ano de 1975, casou-se com seu noivo, com quem estava junto desde 1971, o poeta, compositor e produtor Paulo César Pinheiro. Após a união, percorreu diversos países da Europa em turnê e em lua-de-mel.
Além de dividir o amor pelo espiritismo, pela umbanda , pelo samba e pelo mar eu e Clara dividimos o amor pela Portela que era a escola de samba preferida dela a qual eu acompanho desde 2017 e sou fã e torcedora. Em 1979, participou do LP "Clementina", de Clementina de Jesus. Naquele mesmo ano, a cantora se submeteu a uma histerectomia, após sofrer seu terceiro aborto espontâneo, por causa dos miomas que possuía no útero, que estavam comprometendo muito a sua saúde. Ela tentou diversos tratamentos, tanto médicos quanto espirituais, para tornar-se mãe, mas não obteve respostas satisfatórias. Por nutrir obsessão pela maternidade, a impossibilidade definitiva de engravidar a fez sofrer muito. Nessa época, doou para um orfanato toda a coleção de bonecas que tinha guardado desde a infância, pois sonhava em ter uma filha para presenteá-la com as bonecas que um dia foram suas. O fato de não ter conseguido gerar um filho, causou fortes abalos emocionais, superados pela entrega absoluta à carreira artística, fazendo-a interpretar com muita inspiração músicas belíssimas e de intensa carga emocional, em 1980, gravou o álbum "Brasil Mestiço", que fez sucesso nas emissoras de rádio de todo o país com "Morena de Angola" (composta por Chico Buarque) e viajou para Angola representando o Brasil ao lado de Elba Ramalho, Djavan, Dorival Caymmi e Chico Buarque, entre outros.
Em 5 de março de 1983, submeteu-se a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. Neste ínterim, a cantora foi vítima de uma série de especulações que circulavam nos meios de comunicação sobre sua internação, entre elas: Inseminação artificial, aborto, tentativa de suicídio, uso de drogas e violência doméstica, todas comprovadamente falsas. Na madrugada do sábado de Aleluia de 2 de abril de 1983, a quatro meses de seu 41º aniversário, foi declarada morta em razão de um choque anafilático. A sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro na época foi arquivada, o que geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo da cantora foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento no Cemitério São João Batista foi acompanhado por uma multidão de fãs e amigos. Em sua homenagem, a rua em Oswaldo Cruz onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome (antiga Rua Arruda Câmara). Eu não preciso nem comentar que "Deusa dos Orixás" é minha favorita da Clara Nunes afinal ela foi a deusa dos orixás e a letra dessa canção diz muito sobre os guias e entidades que tenho como já diz no primeiro verso da canção :
"Iansã cadê Ogum?
Foi pro mar,
Mas Iansã, cadê Ogum?
Foi pro Mar!"
Iansã é meu orixá por isso tenho tanta afinidade com essa canção pois fala bastante sobre minha guia, quando você se converte ao Candomblé ou a Umbanda você faz o jogo dos búzios para descobrir qual seu orixá. Em 1984, com o Enredo "Contos de Areia", a Portela faz uma homenagem à Clara Nunes, sendo campeã naquele ano, juntamente com a Estação Primeira de Mangueira. Em 1986, a Velha Guarda da Portela interpretou "Flor do Interior" (de Manacéa), uma das muitas músicas feitas em homenagem à Clara Nunes, no disco "Doce Recordação" - produzido por Katsunori Tanaka e lançado no Japão. Outro compositor, Aluísio Machado (da Império Serrano), também compôs a música "Clara" em homenagem à cantora. Em 1988, Maria Gonçalves (irmã mais velha de Clara Nunes, que passou a criar a cantora quando esta tinha apenas quatro anos) reuniu várias peças do vestuário, adereços e objetos pessoais da cantora, e criou uma sala que abriga o acervo de sua obra em um espaço físico com cerca de 120 metros, anexado à creche que leva o seu nome em Caetanópolis. No dia 23 de maio de 2018, a Portela, escola de samba de coração de Clara, anunciou o enredo em homenagem à cantora para o carnaval de 2019: "Na Madureira Moderníssima, hei sempre de ouvir cantar um sabiá", assinado pela carnavalesca Rosa Magalhães.
Bom pessoal sei que este post ficou longo e tem muita coisa para ler, mas eu peguei as melhores informações sobre a Clara e até resumi muita coisa e algumas não coloquei pois iria ficar maçante. Sei que tem algumas coisas aqui que são tratadas como tabu em nossa sociedade ainda e muitas pessoas não se sentem a vontade de falar sobre como a Umbanda, os orixás e tal mas que possamos deixar isso de lado e apenas entender como informação histórica, cultural e musical e não como preconceito religioso. Eu respeito todas as crenças e religiões por isso falo sobre a Umbanda com tranquilidade, e devemos nos lembrar que a Clara contribuiu e muito para o nosso Brasil ela foi uma grande artista nacional e seu nome é conhecido no mundo todo e nunca será esquecido.
Eu sinto muito a morte de Clara Nunes e tenho certeza que se estivesse viva estaria cantando lindamente e enriquecendo nossa cultura e música.
Dedico esse post a todos os amantes de Clara Nunes e suas músicas , aos meus amigos sambistas, Portelenses, espíritas, e candomblecistas.
Dedico especialmente aos meus amigos da Umbanda ,
Eparrei Oyá 🌩️

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