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Entre a espada e a eternidade

Foto do escritor: Jenny SouzaJenny Souza

Atualizado: 1 de abr. de 2021

"Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado"Gandalf ( Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel )















 

Oi pessoal, como vocês estão? Espero que estejam bem! Hoje, eu venho trazer mais uma indicação musical e espero que vocês gostem! Pra começar, eu queria lembrar vocês de darem uma passadinha no Instagram do blog: @thisismavie.


Passemos pois, ao que interessa, a recomendação de hoje.


Foi bem difícil falar sobre. O tema é extenso, mas muito bom! Desde já queria agradecer ao Gabriel por ter me falado tão bem da "banda" que vocês vão conhecer hoje. Eu conhecia algumas músicas sortidas e não fazia ideia da bagagem que havia por trás delas. Muito obrigada, Gabriel!

A recomendação de hoje caminha pelos trilhos mágicos de um dos subgêneros do metal que eu mais gosto: Power Metal! Pra começarmos nossa conversa, vou contar um pouco sobre como eu descobri esse novo mundo. Sempre fui muito fã de fantasia (tanto nos livros, quanto nos filmes), e assim que comecei a ouvir metal, os horizontes foram se expandindo (obrigada internet!). Lembro de uma vez que estava ouvindo uma das aberturas de Cavaleiros do Zodíaco e me deparei com a voz do Edu Falaschi (ex-Angra) e fiquei extremamente apaixonada (não apenas pelo voz, é claro), então fui buscar saber/ouvir mais daquilo. Como um efeito dominó, as bandas foram se abrindo num leque para mim: Rhapsody of Fire, Blind Guardian, Sonata Arctica, DragonForce, e muitas outras. O que mais me chamou atenção foram as capas dos álbuns e as letras, que iam de encontro com tudo que eu gostava/gosto. Talvez, a magia do Power Metal ( e de qualquer outra música), seja nos levar para uma outra realidade ou tempo, nos dar uma dose de força e alimentar nossa imaginação. Numa mesa de rpg ou na criação de um conto, as canções desse estilo podem ser uma mão na roda!


O Power Metal é um subgênero do heavy metal, e é caracterizado por um som mais animado, em contraste com estilos mais "pesados", como o Doom Metal ou Death Metal. Usualmente, as bandas fazem uso da temática de fantasia com fortes refrões, causando assim um potente som teatral, dramático e muito emocionante. O alicerce para esse estilo foi criado por nada mais, nada menos que Ronnie James Dio ! As letras fantásticas que ele escreveu para o Rainbow, caminhavam entre a era medieval, renascença, folclore e ficção científicas, influenciando as bandas atuais. Aqui, os vocais geralmente são limpos e suaves (ou mais graves), sem gutural. Uma marca importante é a capacidade do vocal obter notas extremamente altas por um bom tempo, o que causa uma sensação de lirismo junto aos instrumentos. As guitarras, rápidas e velozes, costumam trazer solos em quase todas as canções. Teclados, flautas e violinos são bem vindos.


A banda, ou melhor, o projeto musical escolhido foi... Avantasia!





Avantasia é um projeto musical que tem como mestre Tobias Sammet, que também é o vocalista e principal compositor da banda Edguy. Obrigada Senhor, por nos deixar existir no mesmo planeta que o Sammet! O significado do nome do projeto vem da junção de Avalon ( uma ilha mágica da história do Rei Arthur) + Fantasia ( terra fictícia do livro "A História Sem Fim"). Particularmente, eu recomendo a leitura de ambos.

Esse projeto musical é uma reunião de integrantes de diferentes bandas de metal. A ideia (que foi muito bem sucedida) era fazer um trabalho envolvendo heavy metal, hard rock, música clássica e ópera. A lista de participantes desse projeto é gigante, mas vamos conhecer cada uma mais abaixo.


O pontapé de inicio foi o The Metal Opera, que tem duas partes, sendo a parte 1 lançada em janeiro de 2001 e a parte 2 teve seu lançamento em outubro de 2002. Os álbuns foram muito bem recebidos pelo público. As duas partes são um verdadeiro RPG. Contarei a vocês, meus amigos, qual é a história do The Metal Opera Part I. Se aconcheguem em volta da fogueira e aguçem seus ouvidos e almas.



A história contada é sobre o jovem Gabriel Laymem ( Tobias Sammet ), um noviço da Ordem Dominicana. O ano é 1602, e ele, juntamente com a Ordem, participa de uma caça a bruxas. A reviravolta acontece quando ele vê sua meia-irmã, Anne Held ( Sheron den Alden ) num julgamento. Quando ele resolve parar para pensar sobre essa situação, ele vai até uma biblioteca e acaba lendo um livro proibido. Seu tutor, Frei Jakob ( David DeFris ) descobre o que aconteceu e o lança num calabouço, onde o jovem encontra um velhinho chamado Vandroiy ( Michael Kiske ), que diz ser um druída e conta a Gabriel sobre uma dimensão chamada Avantasia, que corre perigo. Vandroiy se oferece para salvar Anne, mas em troca, Gabriel deveria ajudá-lo com essa outra dimensão, e é claro que nosso garoto aceita a proposta. Eles conseguem escapar do calabouço, e o druída leva Gabriel até um poço que conecta as duas realidades. O jovem vai até Avalon, e enquanto isso, Johann Adam Von Bicken ( Rob Rock ), o bispo de Mainz, Jakob e o Oficial de Justiça, Falk Von Kronberg ( Raff Zdiarstek ) estão a caminho de Roma para encontrar o Papa Clemente VIII ( Oliver Hartmann ), tendo em mãos o livro que Gabriel leu. Velhos documentos apontavam que, aquele livro é a última parte das sete partes de um lacre, que ajudará seu detentor a alcançar o conhecimento absoluto, caso ele o leve a torre no centro de Avantasia.

Quando Gabriel chega em Avantasia, ele é recebido por dois habitantes: o elfo Elderane ( André Matos ) e o anão Regrin ( Kai Hansen ), que contam sobre a guerra contra o mal e os planos do Papa. Se o pontífice usar o lacre, a conexão entre o mundo humano e Avantasia seria interrompida, trazendo graves consequências. Nosso herói chega bem a tempo na Torre, enquanto o Papa fala com voz misteriosa que sai de dentro dela, Gabriel rouba o lacre e em meio ao caos, e consegue trazê-lo a cidade dos elfos.

The Metal Opera Part II, é a continuação dessa história, mas como não quero me alongar muito por aqui, deixo por conta de vocês para que descubram o que a história reserva.


Deixo aqui, como uma boa fã do nosso saudoso André Matos, minha canção favorita do The Metal Parte I. Ela é marcada apenas pelas vozes e piano.

"Inside - so deep inside

you will die if I don't dream anymore?"



Ainda na Part I e com a voz do Dedé e do Sammet, a segunda faixa desse álbum é Reach out for the Light. Ela tem tudo aquilo que um fã de power procura: emoção, agudos, solos épicos, refrão memoroso... O lamento e questionamentos de Gabriel são maravilhosamente expostos aqui. E talvez seja por isso que, esse álbum seja o melhor (na minha humilde opinião) de todo o projeto (e porque não, um dos melhores na história do Power Metal? ) e essa a melhor música.


"What is right and What is wrong now? Is it a trial of paradise? Is Anna a witch or do They stick to an error? What's the book and the seal inside?

Am I a cleric? Or maybe a sinner? Unbeliever? Renegade? Was it the devil who led me to Seven? Oh redeemer Is it all too late?"



Em The Metal Opera Part II, o álbum já se inicia com uma das características marcantes do estilo: as canções de longa duração. Provavelmente, você nunca ouviu uma música de Power Metal tocando no rádio: imagine só, tocar The Seven Angels, uma música que fala sobre o julgamento dos personagens da narrativa que eu lhes contei a pouco tempo. 14:17 é o tempo da música. Curiosamente, André Matos também cantou aqui...


"Woe to you longing for the wisdom

Woe to you longing for the light

All my sons

Bring me back what is mine

Or you'll end

Burning in this night"



Já sabemos de onde a Elza encontrou o título para sua mais nova canção. Seria a nossa princesa do gelo, uma fã de Avantasia?

Into the Unknown, tem a participação de Sheron den Andrel, que nos agracia com sua doce e melancólica voz, lamentando a morte de (atenção para o spoiler) Vandroiy. A mensagem de consolo é que sonhadores vem e vão, mas a liberdade é um sonho eterno. A canção realmente parece um monólogo e eu pagaria pra ver isso num musical.


"Heading for another life

In a new world far away

Why not me, oh, Lord

Why did Vandroiy have to die, why?

Dreamers come and go

But a dream's forever

Freedom for all minds"




Em janeiro de 2008, foi lançado o álbum The Scarecrow . Ele foi a parte um de uma triologia que teve como sucessores os álbuns The Wicked Symphony e Angel Of Babylon. A história gira em volta de um genial compositor do século 19, que rejeitado pelo seu grande amor, experimenta a queda e ascensão de um artista, enlouquecendo lentamente e se sentindo afastado de seus iguais. O álbum sofreu algumas críticas por ser bem diferente do que foi apresentado em The Metal Opera, mas mesmo assim, conseguiu se sair bem e ganhar os corações de seus fãs.

What a kind of love, é uma balada arrastada para o lado sinfônico que nos brinda com a bela voz de Amanda Somerville. É uma bela canção para aqueles que sofrem de amor.


"A broken man in need of mother love

I'm suffering in silence and no one wants to see

The only god is watching as I bleed

The star above — my matching piece

(...)

No kind of love will make us bleed away"




A faixa título tem 11:13 de duração e é uma verdadeira pérola. De longe, uma das minhas favoritas nesse álbum. O inicio remonta algo mais medieval, com Jorn Lande e Kiske trazendo um brilho incrivel para a canção.


"It's a flight to hell

Can you hear the bell?

The devil has come

To take your soul away

It's a flight to hell, alright

I'm a stranger

I'm a changer

And I'm danger

Fallen angel

Waiting for the prey"


The Wicked Symphony & Angel of Babylon


São os álbuns que dão continuação ao The Scarecrow e foram lançados simultaneamente em 2009.

A faixa Blizzard on a Broken Mirror, tem a partcipação de André Matos, e sua letra é uma verdadeira viagem, uma batalha.


"Tie the dream I've had my fill

Raze the love and tie my will

Fires ploughing up my head

Oh forgive I will forget"



Angel of Babylon tem como faixa inicial a canção Stargazers, com Jorn Lande, Kiske e Russell Alen nos vocais.


"Oh, let us wander

Let us wander between the worlds

We override their principles

Abrogate horizons

Abandon mental gravity

Oh, we overrule the eye

Compromise your sanity

To heaven

To hell"



Em 2012, Sammet disse que estava preparando um novo projeto: The Mystery of Time, que foi lançado em agosto de 2013. E foi nesse mesmo ano que rolou a maior turnê do Avantasia: 30 concertos e 7 aparições como atração principal em festivais europeus. O mestre do projeto, aproveitou a ocasião para sugerir uma possível despedida do Avantasia, sem nada planejado para o futuro.

As novidades foram: Joe Lynn Turner, Eri Martin, Cloudy Yang, Ronnie Atkins e Biff Byford.

A faixa Savior in the Clockwork, em seus +10 minutos, mostra tudo aquilo que se espera do Avantasia. As vozes que orquestram essa canção são: Sammet, Turner, Kiske e Byford.


"Time to run!

Savior in the clockwork tell me

For how long will I wait on the grind

Time flies on"




Durante uma entrevista sobre o álbum do Edguy: Space Police Defenders of the Crown, Tobias afirmou que The Mystery of Times teria uma continuação. Em julho de 2015, nosso grande vocalista confirmou a continuação por meio de uma rede social — o novo álbum se chamaria Ghostlights.

O lançamento ocorreu em janeiro de 2016, e foi seguido por uma turnê mundial. Mais uma vez, Sammet sugeriu que essa poderia ser a última atividade do projeto durante um bom tempo. Grande garoto, sempre nos assustando.

A faixa Let the storm descend Upon you, tem 12 minutos e quatro vocalistas envolvidos. É operática, assustadora e um tanto extravagante.


"Shine your light into the darkness

And let the storm decend upon you"




O álbum mais recente desse esplêndido projeto, se chama Moonglow, e foi lançado em 2019.

Dizem que esse projeto seria algo solo do Sammet, mas começou a ficar tão parecido com o Avantasia, que ele resolveu transformar de vez num projeto do Avantasia. A capa desse álbum lembra um pouco as ilustrações de Tim Burton, e a história por trás do disco é sobre uma criatura sombria, que lida com os sentimentos de não-pertencimento/adaptação à beleza do mundo, e então encontra na lua o refúgio que precisa para refletir sobre seus próprios sentimentos.

A narrativa com ação não é algo tão presente nesse álbum, o que temos é um peso na questão da autorreflexão em busca do seu lugar.

Na faixa de abertura, Ghost in the Moon, com mais de 9 minutos de duração, encontramos arranjos pop, viradas progressivas e toda essa reflexão resumida.


"I'm a misfit on a journey and I'm afraid my destiny

Has been sealed right from the outset:

To immure the real me

I'll wane in this world

Just me and the glow of the moon - yeah wow"




Com a divina participação de Hansi Kurch, a segunda faixa do álbum é Books of Shallows.

Ela é pesada e acelerada, e nos trás a sensação de estarmos em um sonho maluco, carregando ao mesmo tempo a importância de irmos atrás de nossos sonhos.


"Chase your dream!

If you don't mind don't be astounded

By the things they make you do

For amusement's sake

Chase your dream!"



As canções The Piper at the Gates (referência a Pink Floyd), Lavander e Requiem for a Dream, são músicas que se conectam pela própria jornada: na primeira, a criatura está bem alta no céu, na segunda, o personagem parece se lembrar de sua jornada e ascendência, e na terceira, parece um despertar de sonho, e há uma sinalização para algo que está por vir.


"A long way from home

You're out on your own

To crave all alone and alone you'll realize

What life turns out to be...Future ain't what it used to be

Fall into abeyance"




 

Bem amigos, chegamos ao fim de nossa caminhada pelo mundo de Avantasia! Espero que vocês tenham gostado; espero também que ao ouvirem alguma dessas canções, o espírito guerreiro (ou mago, quem sabe?) tenha sido despertado no fundo da alma de vocês.

Que a chama da imaginação nunca se apague em corações e que possamos dar asas a todos nossos sonhos! Até a próxima jornada!

Com carinho,

Yssandriah


 
 
 

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